quarta-feira, 30 de abril de 2008

Barcelos, lendas e tradições

Barcelos não é apenas a cidade do galo. A sua história e a riqueza do seu património transformam-na numa das principais cidades do Norte de Portugal.

A cidade de Barcelos é um dos pólos do norte do país com uma cultura mais vasta e arreigada. Desde sempre a cidade foi residência de homens ligados ao poder regional e estatal, o que lhe confere um estatuto de intensa dinâmica cultural, manifestado na riqueza arquitectónica, monumental e artística bem como na diversidade e fama das suas tradições.


O grande espólio de monumentos da cidade é a marca visível e material desse legado, herança cultural da cidade e do país. É possível encontrar em Barcelos manifestações artísticas e arquitectónicas que vão desde a Pré-História, como por exemplo o menhir proveniente dos Feitos e que se encontra no Museu Arqueológico de Barcelos, a expressões do século I d.C., como o balneário de Galegos Santa Maria ou do século XIV como a Igreja Matriz. Notável nesta cidade é a Estação Arqueológica do Castelo de Faria, lugar onde se deu o feito imortalizado por Alexandre Herculano na obra «Lendas e Narrativas». Já na Idade Média, destaca-se em Barcelos as igrejas medievais de Abade de Neiva e Manhete, exemplos máximos da arquitectura românica em Portugal. A Igreja Matriz, falando em românico, apresenta já alguns traços góticos trazidos pelo século XIV em Portugal, entre eles os marcados ogivais típicos desta altura. Esses arcos estão também presentes na ponte que liga Barcelos a Barcelinhos, sendo da mesma forma uma mescla de estilos entre o Românico e o Gótico. O Paço Condal apresenta-se como uma das mais fortes imagens da cidade, servindo actualmente de Museu Arqueológico. É junto a esta obra que está o Pelourinho da cidade que forma juntamente com o Solar dos Pinheiros, dos Carmonas e a Torre da Porta Nova um dos mais importantes conjuntos medievais em bom estado de conservação.


Deve-se ter em conta que Barcelos sofreu no século XVIII uma grande explosão a nível dos monumentos de traçado barroco, do qual o Templo do Bom Jesus da Cruz e o Passeio dos Assentos são os mais fiéis testemunhos. Barcelos significa «terra ribeirinha e plana», expressão presente nos mais antigos documentos referentes à cidade. Porém, «coração do Minho» ou «Princesa do Cavado» são também nomes encontrados para designar esta cidade monumental, sede de um grande concelho com vasto poder político desde a Idade Média. Barcelos foi desde sempre, também, um importante ponto comercial do Norte, com uma feira semanal que se realiza actualmente às quintas-feiras mas que acontece já desde o século XIII. A história de Barcelos começa a ganhar relevo a partir do século XII, quando D. Afonso Henriques lhe dá a carta-foral, mais tarde confirmada por Afonso II. D. Dinis transforma-a no primeiro condado português, elevado a ducado por D. Sebastião e ficando a pertencer à Casa de Bragança. Barcelos torna-se um importante centro da região e sede administrativa, conhecendo um período de grande alteração da sua fisionomia arquitectónica.

Durante o domínio espanhol, os vereadores de Barcelos recusaram durante meses o pagamento das contribuições ao Estado, manifestando desta forma a sua discordância em relação à suposta União Ibérica. Já nos séculos XVII e XVIII, muitas são as transformações na cidade, especialmente fora das muralhas: entre elas, o Convento das Religiosas de São Bento, Convento dos Capuchos, o Templo do Senhor da Cruz e o Passeio dos Assentos. A Barcelos moderna começa formar-se no século XIX, quando a cidade conhece uma época de grande desenvolvimento: entre outras obras funda-se o caminho eléctrico, calcetaram-se as ruas e construíram-se os principais parques da cidade.


Lendas e TradiçõesBarcelos é um concelho extremamente próspero em termos de lendas e tradições colectivas. São inúmeros os relatos de feitos épicos relacionados com estes locais e com os habitantes da terra. Seleccionámos aqueles que nos parecem perdurar até hoje:Feito dos Alcaides de Faria - Durante as Guerras Fernandinas, em 1371, o alcaide Nuno Gonçalves prefere morrer às mãos de Castela do que permitir que o filho Gonçalo Nunes entregasse o Castelo de Faria aos castelhanos. É célebre a frase: «Defende-te Alcaide!»Feito do Alferes Barcelense - O alferes Gaspar Góis do Rego, desta terra, morre heroicamente em Alcácer Quibir segurando a bandeira nacional com os dentes, uma vez que lhe haviam cortado os braços: a sua casa brasonada ainda se conserva no Largo do Apoio em BarcelosLenda do Senhor do Galo - será provavelmente a lenda mais conhecida da cidade. Ilustrada no Cruzeiro do Galo, a lenda conta a história de um peregrino injustamente acusado, cuja inocência foi comprovada pelo cantar de um galo assado na mesa do juiz que o havia condenado.Lenda do Senhor Bom Jesus da Cruz - A origem desta lenda está relacionada com o aparecimento por milagre de uma cruz de terra negra no solo barrento do Campo da Feira, em 1504. Nesse local construiu-se uma estátua com uma cruz às costas- aqui está a origem da Festa das Cruzes, que se celebram anualmente em Maio.Lenda do Barbadão - esta lenda fala de um busto de pedra de um homem puxando as barbas, na torre sul do solar dos Pinheiros em Barcelos. Reza a lenda que representa Tristão Gomes Pinheiro enraivecido contra o duque D. Afonso. A razão da sua ira tem a ver com a não autorização do duque para aumentar as torres ou pelo facto deste lhe ter «conquistado» a sua filha.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Razão da minha criação


Tomei a iniciativa de criar este blog por forma a colocar a minha cidade na Blogosfera.
Dentro das minhas possibilidades irei procurar colocar aqui informações de interesse geral, sobre o que de bom e de mau têm a minha cidade.